Congresso Nacional Brasileiro

Voltei a escrever aqui após esse longo período afastada e a “reinauguração” do blog será com um post sobre a minha cidade.

Brasília desperta muitos sentimentos em seus moradores, as vezes um pouco polarizado: ama ou odeia. Fato é que nós brasilienses nos adaptamos à nossa cidade modernista, de largas avenidas e com pouca gente na rua. Hoje não vou tratar disso, até porque é um tema que muito me interessa e que merece uma série de postagens. 

Provavelmente, a imagem que mais vem à cabeça dos brasileiros quando se fala em Brasília é o Congresso Nacional, bem como os políticos que ali trabalham e o(a) presidente(a) da República. Nós que habitamos a capital federal comumente nos deparamos com a pergunta “você já viu o(a) presidente(a)?” quando visitamos outros Estados. Minha resposta é: não. Mas a minha vontade é dizer: o(a) presidente(a) não costuma comprar pão na esquina… Aliás, Brasília sequer tem esquina! Na verdade, já cruzei com o carro da presidenta, o que não é muito legal, já que a polícia contém um pouco o trânsito para ela passar com segurança. 

Voltando ao Congresso, o prédio é lindo e deve fazer parte do seu roteiro como turista! Não apenas por fora, mas por dentro também. Há visitas guiadas pelo prédio, basta chegar e perguntar. Já fiz, vale a pena, porém as minhas dicas não serão baseadas no tour, e sim na minha experiência na Câmara e no Senado. 

Adoro os corredores da Câmara, o barulho, a quantidade de pessoas e a heterogeneidade de quem passa por lá. Por isso, recomendo que se visite o Congresso de terça a quinta. Abrindo um parênteses: parlamentares trabalham muito, não se deixe enganar pelos corredores vazios de sexta. Caso queira conferir a Agenda Legislativa da semana, para ver se tem alguma audiência pública de seu interesse rolando, ou, simplesmente para conhecer um pouco da rotina das duas Casas (Câmara e Senado), é só entrar no site de cada um e clicar no ícone “Agenda Legislativa”, que fica no menu no topo da página. O site da Câmara é, sem dúvida alguma, mais didático. 

Retomando, na Câmara, não deixe de passear pelo corredor principal do Anexo II, que dá acesso aos “plenarinhos” (como chamamos coloquialmente), aonde ocorrem as reuniões das comissões e as audiências públicas. Entre em alguma sala, por 10 minutos que seja, para ver um pouco como funciona a dinâmica das reuniões. Se você estiver visitando a Casa na terça, na quarta ou na quinta, com certeza cruzará com gente de todo tipo: parlamentares, autoridades estatais, acadêmicos, representantes de empresas, estudantes, membros de movimentos sociais, um pouco de tudo! Se estiver com fome, aproveite e vá a lanchonete do Anexo III, a tarde tem um café colonial com muitas opções e um preço ótimo, e, no almoço, é conhecido como “bandejão”, também com o preço super acessível (é subsidiado). Em frente ao restaurante, fica a consultoria legislativa da Câmara, que é um corredor em formato de U aonde ficam os consultores legislativos.

Pois bem, a outra ponta do Anexo II (a que não vai ao restaurante e ao Anexo III), dá em um hall aonde à direita, é a passagem subterrânea ao Anexo IV, e, à esquerda, o túnel que leva ao Salão Verde. O prédio da Câmara é complicado à primeira vista, infelizmente não dá para descrever seus caminhos assim num post,  só se eu fosse cartógrafa (o que eu não sou). De qualquer forma, o bom é explorar o edifício, mesmo que se perca um pouco, é a melhor forma de conhecer seus corredores e cantos. Mas, não se desespere, sempre haverá a quem recorrer para obter informações. 

O Anexo IV abriga a maior parte dos gabinetes dos deputados e é o prédio amarelo que fica do outro lado da rua das torres símbolo do Congresso (Anexo I), fica logo abaixo do Palácio do Itamaraty. Neste Anexo, recomendo ir ao 10º andar, aonde há o restaurante escola do Senac, que é uma delícia (não é barato, é buffet e custa em torno de R$40,00 por pessoa), e há uma vista panorâmica de Brasília e, principalmente, do Anexo I. 

Agora sobre o Salão Verde: maravilhoso. O acesso ao Plenário da Câmara pelos deputados se dá pelo Salão Verde, durante a semana fica cheio de jornalistas e de gente cruzando de um lado ao outro. Na ponta, há um quadro que acho sensacional e me lembra o Guernica do Picasso, que é o Alegoria de Brasília, do Di Cavalcanti. A Câmara está cheia de obras de arte! Os azulejos lindos são do Athos Bulcão. Aproveite para se sentar no cafezinho (sala branca logo atrás do quadro do Di Cavalcanti) para descansar e tomar uma água, afinal, você está em Brasília e a seca não é brincadeira, hidrate-se! O Salão Verde e o Salão Negro se conectam, provavelmente você começou seu tour guiado no Salão Negro, que é a entrada principal da Câmara e do Senado. O Salão Negro frequentemente abriga exposições de arte, já vi uma do Portinari maravilhosa lá. Logo abaixo do Salão Verde, estão as salas das lideranças partidárias na Câmara e a lanchonete do Senac (perceberam que é difícil passar fome quando se visita a Câmara?). 

O Salão Verde (carpete verde) se conecta também ao Senado. Essa parte é fácil, é só procurar a porta de vidro com detector de metais que leva ao Salão Azul (carpete azul). Vocês perceberão que o clima do Senado já muda, o acesso é mais controlado e os corredores não são tão cheios, além de que é mais frio (se for a uma audiência pública no Senado: leve casaco). No Senado, é bom entrar com o guia, pois, não raro, eles dificultam a entrada, permitindo-a somente pela entrada da Gráfica, o que quer dizer: dar uma super volta por fora do edifício. 

Se você estiver com roupa social e sem bolsa, aproveite para entrar na Tribuna de Honra do Plenário do Senado, a entrada é no Salão Azul, lá você pode assistir a uma sessão do Plenário. Os corredores do Senado são mais amplos e mais vazios, aproveite para dar uma volta e conhecer. Diferentemente da Câmara, os gabinetes dos Senadores estão espalhados pelos diversos corredores da Casa. Lá também tem um restaurante do Senac, que fica em frente à biblioteca, é mais reservado, caso assim deseje. 

Recomendo que assistam uma sessão no Plenário, é diferente de como se retrata na televisão, é uma zona, todo mundo fala ao mesmo tempo, é um entra e sai de parlamentar e assessores. Isso ocorre porque as matérias que são levadas ao Plenário já possuem acordo prévio, as bancadas já definiram como votarão e já chegaram a um ponto comum em relação ao texto. 

E, o Anexo I, que são as torres símbolo do Congresso é, do lado que o prato está para cima, a Câmara, e, do lado que o prato está para baixo, o Senado. Os servidores das Casas é que ocupam os andares do prédio, não os parlamentares. Há muitos outros corredores e setores no Congresso, no entanto, não é possível abordar tudo em um post. Por isso, sintetizei ao máximo para dar uma ideia aos visitantes de primeira viagem. Lembrando que são 513 deputados de 22 partidos diferentes e 81 senadores de 17 partidos diferentes. Esse número já deixa evidente um dos motivos pelo qual os corredores da Câmara são mais cheios. Espaço na Câmara dos Deputados é definitivamente um bem escasso…

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